Movimento Santillana Educação

Por BRUNNA BUSCH
março, 23

O evento reuniu grandes nomes para debater inovação e sustentabilidade

Djamila Ribeiro, Viviane Mosé e Daniel Munduruku foram alguns dos convidados do evento, que levou a temática de ESG ao centro do debate

Sustentabilidade: está aí um dos termos mais importantes tanto quando pensamos em novas economias, quanto no universo da educação. Partindo desse ponto, a Santillana escolheu o ESG – sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (Ambiente, Social e Governança) –, como tema do Movimento Santillana. O evento, realizado nos dias 14 e 15 de setembro, reuniu nomes de peso para discutir temas relacionados à sustentabilidade, de forma ampla, abrangendo pilares como diversidade, produtividade e, claro, educação.

Foram dois dias de debates riquíssimos, transmitidos online e gratuitamente para educadores e gestores que utilizam soluções Santillana em suas instituições. A advogada e apresentadora Gabriela Prioli, além de ser uma das convidadas, também aproveitou para passar pelo Instagram da Santillana Educação e fazer o convite para o evento.

Djamila Ribeiro, Viviane Mosé, Manoel Soares e Daniel Munduruku foram apenas alguns dos nomes que enriqueceram o diálogo provocado pelo Movimento Santillana, que contou com mediação de Hiury Leonel, um dos diretores da Santillana. Se você não acompanhou essa iniciativa, não se preocupe, nós estamos aqui para te deixar em linha com tudo! Para isso veja abaixo quem mais esteve por lá, os temas discutidos e alguns dos destaques das conversas.

Painel Exame ESG com Renata Faber, Rodrigo Caetano e Luciano Monteiro

Afinal, qual o papel do ESG dentro das empresas e na sociedade? Os convidados desse painel buscaram responder essa e outras questões em alta. “A pandemia fez esse tema explodir. A sustentabilidade sempre existiu, mas, antes, ela era vista como um custo, um dever das empresas. A gente continua numa sociedade capitalista, mas é uma sociedade capitalista em que as empresas e as pessoas buscam relações sustentáveis no longo prazo”, explicou Renata Faber, head da Exame ESG. Rodrigo Caetano, editor da Exame ESG, complementou o discurso da colega ao afirmar que “educação e jornalismo são fundamentais para disseminar conhecimento sobre ESG”.

Luciano Monteiro, diretor global de Comunicação e Sustentabilidade da Santillana, também marcou presença, e aproveitou para lembrar que, além da mudança de consciência das populações mais jovens, há o aumento de marcos regulatórios que impulsionam iniciativas voltadas à sustentabilidade. “A UNESCO, no ano passado, por meio da Declaração de Berlim, praticamente amarrou um compromisso global de incorporação da agenda de educação para o desenvolvimento sustentável nos currículos dos países”, afirmou.

Escolas sustentáveis e seus impactos positivos, com Gabriela Prioli, Manoel Soares e Tiago Mattos

Além de falar um pouco sobre suas histórias e experiências pessoais, os painelistas discutiram sobre diversos aspectos que podem fazer a convivência dentro das escolas um processo mais inclusivo e completo. “A gente vive um momento em que é preciso educar essa geração para abrir mão de privilégios, principalmente nas escolas particulares. Só que não adianta você querer educar o aluno para que ele abra mão do privilégio se você, como professor, como diretor, não abrir mão do seu próprio privilégio. E às vezes você abrir mão do seu privilégio é você transversalizar um processo de educação criativa não opressora”, afirmou Manoel Soares, apresentador do programa Encontro com Patrícia Poeta, da Globo.

Gabriela Prioli lembrou a importância de a escola ter “a compreensão do aluno como indivíduo com suas características próprias”, enquanto o educador Tiago Mattos falou a respeito do olhar para o futuro, sua especialidade: “Se a gente quer construir uma sociedade no presente, e para o presente, a gente tem que pensar os futuros”.

Talk show com Izabella Camargo sobre produtividade sustentável

A jornalista e autora do livro Dá um Tempo! Como Encontrar Limite em um Mundo sem Limites  lembrou a experiência que teve com o burnout, que a fez voltar a olhar para a saúde física e mental. Desde então, ela passou a disseminar a importância de boas práticas para evitar que outras pessoas passem pelo que ela passou. Izabella também falou sobre educação. “Produtividade sustentável é você reconhecer se o estilo de vida que você está levando é sustentável. Produtividade sustentável é para quem ama o que faz continuar fazendo o que ama sem anestésicos, sem problemas nos relacionamentos. Só assim a gente vai conseguir ter escolas sustentáveis”, afirmou.

Momento musical

Toni Garrido, vocalista da banda Cidade Negra, deu seu testemunho sobre como vê a educação. “Imagina um lugar onde todos, absolutamente todos, possam juntos aprender a cuidar do mundo e, mais do que aprender, a transformar. E se eu te disser que esse lugar é a sua escola? E se tem alguém que pode mesmo transformar o mundo, esse alguém é você”, disse. Como não poderia deixar de ser, ele também cantou ao vivo durante o evento.

Sustentabilidade socioambiental com Daniel Munduruku

O escritor e professor Daniel Munduruku falou sobre sustentabilidade pelas lentes de sua vivência como filho do povo indígena Munduruku. “O meu convite de sustentabilidade é você se sentir parte do mundo, é você se sentir parte dessa grande teia da vida, que nos une com o infinito e com todos os outros seres”, destacou. “A sustentabilidade só tem sentido se nós estivermos dentro dela. Se a gente pensar apenas como conceito distante, vamos continuar destruindo tudo, tentando justificar que fazemos isso para manter o mundo que a gente construiu. Isso não é correto. O correto é que nós sejamos natureza.”

Sustentabilidade social com Djamila Ribeiro

“É importante termos sempre em mente que vivemos em sociedade. E, se a gente vive em sociedade, os outros lugares sociais também dizem respeito à gente”, resumiu a filósofa e escritora Djamila Ribeiro, um dos nomes mais importantes no país no debate sobre racismo. “É a gente olhar a nossa responsabilidade como cidadão e cidadã, como educador e educadora, de apresentar para os nossos alunos e alunas, filhos e filhas, um mundo que reconheça essa pluralidade.”

Hiury Leonel destacou a importância de as escolas se colocarem de maneira ativa e afirmativa na implantação de iniciativas educacionais voltadas ao antirracismo. Vanessa Araújo Correia, Coordenadora do Colégio São Luís de São Paulo, aproveitou para compartilhar os projetos que a instituição em que trabalha tem realizado nesse sentido.

Educação financeira com Thiago Godoy

“A educação financeira está na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) como um tema transversal, e precisa ser levada como força de vontade. Porque ela só vai ser levada se houver pessoas que acreditam que a educação financeira é um tema que transforma a vida do jovem, e do professor também”, cravou Thiago Godoy, head de Educação Financeira da XP Investimentos, em sua palestra sobre o tema.

Diversidade e inclusão com Flávia Cintra

A jornalista Flávia Cintra, repórter do programa Fantástico, da Globo, deu um panorama sobre as dificuldades da pessoa com deficiência no Brasil, além de apontar caminhos para que a sociedade avance positivamente nesse quesito. “O preconceito contra a pessoa com deficiência foi muito normalizado por um ciclo da invisibilidade: as pessoas com deficiência ficam em casa, porque os espaços públicos não são acessíveis; sem poder sair, elas não são vistas; e sem serem vistas, suas demandas não são compreendidas como prioridade, porque não incomodam ninguém. E, sem incomodar ninguém, essas demandas não são nunca atendidas, nunca entram na pauta. Assim, a sociedade permanece sem acessibilidade, e isso faz com que as pessoas continuem excluídas e confinadas em suas casas”, resumiu. “Esse cenário trouxe a ideia de que a exclusão da pessoa com deficiência era algo aceitável, que a ausência da pessoa com deficiência era algo inevitável. E essa invisibilidade gerou uma série de crenças que relacionam a deficiência à doença, a uma incapacidade generalizada, e isso foi tão normalizado que só recentemente esse comportamento ganhou um nome, que é o capacitismo.”

Aline Braga Martinez, vice-diretora do Conjunto Educacional Boa Vontade, de São Paulo, também foi convidada ao palco para contar um pouco sobre os programas da LBV.

“Por que as escolas sustentáveis mudam o mundo?”, por Viviane Mosé

“A mudança de atitude é que vai mudar o mundo”, disse a filósofa e psicanalista Viviane Mosé no encerramento do Movimento Santillana. “Nós temos tecnologias para mudar graves problemas, especialmente o ambiental. A tecnologia voltada ao meio ambiente pode produzir coisas belíssimas. Então, onde está o problema? Na atitude. A mudança de atitude na sua escola, na sua família, na sua casa, ela não é mais uma opção: ela diz respeito a estar nessa sociedade que nasce, nesse novo capitalismo que nasce.”

Gostou do que foi trazido no evento? Então, fique ligado em nossas redes sociais para acompanhar a agenda de diálogo da Santillana em relação às pautas mais importantes de nosso tempo, com pessoas que, não só pensam sobre elas, como impulsionam o mundo rumo à evolução que queremos ver.

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