Educação inclusiva x Tecnologia

Por BRUNNA BUSCH
fevereiro, 24

“De acordo com dados do IBGE de 2010, o Brasil tem cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência. Destas, 3.905.235 são crianças de 0 a 14 anos e, com deficiência intelectual, também nessa faixa etária, são 391.266 crianças. Muitas vezes, estão entre os membros mais pobres da população. São menos propensos a frequentar a escola, a acessar serviços médicos ou a ter suas vozes ouvidas na sociedade.”

O que acabamos de ler foi publicado pelo Ministério da Saúde e nos ajuda, nesse começo de texto, a ter uma dimensão da quantidade de brasileiros que possuem deficiência, com destaque para o total de crianças que fazem parte deste recorte. Ter esse panorama em mente é importante porque, hoje, iremos conversar sobre a educação inclusiva e como a tecnologia apoia o ensino a ser mais diversificado, acessível e propositivo.

Antes de seguirmos, fica a pergunta: você sabe o que é a educação inclusiva?

Por muito tempo, famílias com crianças com algum tipo de deficiência necessitavam encaminhar seus filhos a instituições especializadas no ensino de crianças com deficiência. Porém, enquanto isso, uma discussão necessária acontecia: não haveria outras maneiras de a sociedade contribuir com o desenvolvimento dessas crianças sem que houvesse essa exclusão?

De certa forma, estudar em um colégio específico, fazia com que as crianças e os adolescentes ficassem apartados do restante e não fossem estimulados a lidar com situações rotineiras. Com isso, era mais difícil o trabalho das habilidades essenciais para a vida adulta, tão em alta na atualidade, inclusive do ponto de vista socioemocional. Sendo assim, em 2003, segundo o Ministério da Educação (MEC), o Brasil começa a construir uma nova página na educação para transformar essa realidade. O MEC, por meio da Secretaria de Educação Especial, assumiu o compromisso de auxiliar os estados e os municípios na tarefa de fazer com que as escolas brasileiras se tornassem inclusivas, democráticas e de qualidade.

A partir deste momento, as instituições de ensino passaram a integrar esses alunos, sem exceção, por meio de uma proposta humana e levando em consideração a particularidade de cada estudante. E caso não fossem aceitas no ensino regular, a escola passaria a responder por um crime.

Deu-se início a um movimento. Os colégios passaram a adaptar seus espaços, formar os professores no que tivessem necessidade, adequar os materiais didáticos e planejar o plano de aula de acordo com as barreiras que o aluno pode enfrentar na sua trajetória acadêmica. Mas, além disso, as escolas passaram a contar com a tecnologia para que esse processo fosse mais dinâmico e acessível.

Hoje, elencamos três fatores que tornam a tecnologia uma aliada para quem busca edificar uma jornada de aprendizagem mais humana, ampla e bem-sucedida.

1) Acesso a materiais

Utilizar aplicativos, jogos e outros recursos disponíveis na internet em sala de aula proporciona uma aproximação do professor e das crianças às matérias que encontramos nos livros, deixando de lado uma abordagem tradicional. Além de ser uma forma lúdica de ensinar, os hardwares, os softwares e a conectividade possibilitam que os docentes tenham acesso a conteúdo em formatos mais atrativos, como os materiais audiovisuais em libras, por exemplo. Dialogar com o tempo presente proporciona que estudantes tenham a oportunidade de interagir e se conectar com a matéria de acordo com suas competências e habilidades, fazendo com que as deficiências não sejam uma barreira que não pode ser transposta.

2) Materiais adaptados

Sabemos que um modelo de ensino rígido, que não contempla as particularidades de cada aluno, não terá sucesso em reunir alunos com e sem deficiência em uma mesma turma. Desta forma, entre outras demandas, é necessário adaptar os materiais para que todos os estudantes consigam ter resultados satisfatórios. Por meio de plataformas digitais, já é possível que a escola ofereça um conteúdo assertivo e preparado para cada criança, levando em conta sua deficiência e o que ela traz como pontos fortes.

3) Atrair a atenção

Usar metodologias lúdicas faz com que os alunos se interessem pelo conteúdo e tenham maior foco durante as aulas. Disponíveis na internet, os professores podem utilizar vídeos, áudios, filmes, jogos, inteligência artificial e muito mais para transformarem suas aulas em momentos divertidos enquanto a matéria é ensinada.

Gostou de saber mais sobre a educação inclusiva? Agora, é só colocar em prática as nossas dicas e ver a sua instituição abraçar a diversidade.

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