Por que os dinossauros não existem? Qual o maior planeta do universo? O que vem depois do infinito? Por que o sol muda de lugar ao longo do dia? Como nascem os bebês? O que os lixeiros fazem com o lixo que recolhem pelas cidades? Como o mundo começou? Por que a gente sonha?
Se você está em contato com crianças e jovens, certamente já ouviu perguntas parecidas como essas, não é mesmo? Elas podem ser difíceis, complexas e, até mesmo, embaraçosas, mas, para um professor, receber este tipo de indagação é um bom sinal: os alunos e as alunas estão curiosos, interessados, pensando sobre o mundo e seus mistérios e, portanto, querem buscar respostas.
No ambiente escolar, este tipo de interesse é ainda mais potente, pois quando esse desejo investigativo acontece durante uma aula, é muito comum que não apenas o estudante responsável por lançar a pergunta fique interessado em escutar a resposta, mas o diálogo em torno do assunto costuma despertar a atenção e o entusiasmo de colegas, que irão complementar o momento com outras perguntas e reflexões. O interesse genuíno e a vontade de se aprofundar mais sobre determinados saberes é o princípio do assunto que vamos explorar hoje: a Educação Baseada em Projetos. Vamos lá?
O que é Educação Baseada em Projetos?
A Educação Baseada em Projetos se configura como uma prática pedagógica que coloca o aprendizado ativo no centro do processo educacional. Portanto, ela envolve os alunos em projetos significativos do mundo real. Essas iniciativas podem variar em escopo e complexidade, mas, geralmente, requerem que os alunos apliquem conhecimentos e habilidades adquiridos ao longo da sua trajetória escolar para resolver problemas ou criar soluções para desafios multifacetados.
Em outras palavras, a Educação Baseada em Projetos parte de uma problemática ou questão disparadora que convoca os estudantes a aprenderem a partir da criação de soluções para situações-problema do cotidiano. Ou seja, um projeto é estabelecido e um conjunto de práticas são exercidas para solucionar os desafios.
Assim, ao buscar soluções para problemas reais, muitas habilidades são trabalhadas e contribuem para a formação dos estudantes de forma integral: eles precisam relacionar e aplicar conhecimentos de diversas naturezas, utilizando-se também de competências socioemocionais para conseguirem trabalhar.
Por que a Educação Baseada em Projetos pode fazer parte das práticas pedagógicas de uma escola?
A Educação Baseada em Projetos vai ao encontro do que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) preconiza: nas competências gerais para a Educação Básica definidas pelo documento, é possível compreender que a educação deve contribuir para o trabalho com valores e estímulos de ações que trabalhem no sentido de transformar a sociedade, para que ela seja mais humana, justa e consciente do valor e da importância da natureza.
No item 2 das competências gerais, a Educação Baseada em Projetos pode ser correlacionada:
“2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas (BNCC, 2018, p.9)”.
Desta forma, quando a Educação Baseada em Projetos é adotada, um trabalho interdisciplinar crítico é realizado, pois envolve os alunos e as alunas para resolverem um problema ou necessidade prática, que deve ser trabalhado de maneira colaborativa e criativa, convidando os estudantes para agirem “de verdade”. O trabalho, portanto, pode levar um tempo considerável (semanas ou meses), e ser abordado em diversos momentos, nas mais variadas disciplinas.
Assim, ao trabalharem no projeto, o processo de resolver a situação-problema e todas as suas estratégias, impactarão na própria dinâmica da Instituição Escolar, nos indivíduos, na comunidade ao redor e na natureza.
Como a Educação Baseada em Projetos acontece na prática?
Em termos mais práticos, a Educação Baseada em Projetos pode seguir um roteiro de aplicação pelos professores:
- Deve-se delimitar a problemática ou a questão que vai orientar o projeto. É importante que isso seja definido juntamente com a turma, para que os estudantes se sintam engajados e motivados a trabalharem com o assunto. É possível promover debates, conversas, momentos em que os alunos possam expressar seus interesses e curiosidades. Vale apostar na escuta ativa, de modo que o professor deve suportar os alunos e fazer com que eles tenham convergência naquilo que será trabalhado. Vale reforçar que a questão de trabalho do grupo deve ser complexa, para que variáveis possam ser estudadas e, assim, um trabalho investigativo ocorrer.
- O professor tem papel fundamental para selecionar as habilidades e as competências que serão trabalhadas e relacioná-las de acordo com o currículo e com as diretrizes educacionais de referência, ou seja, as questões curriculares devem ser trabalhadas dentro do projeto.
- As formas de avaliação devem ser definidas, bem como deve ser definida a forma de aplicá-las durante o projeto. Objetivos, formatos, critérios, evidências já precisam ser pensados e planejados.
- Embora o projeto permita flexibilidade, estratégias, atividades, formas de registro para cada etapa do percurso investigativo devem ser definidas ao início do processo.
- Apresentação da proposta de realização do projeto final para a turma: o professor deve compartilhar com a turma como o projeto será realizado. Este diálogo é muito importante para que os estudantes se sintam protagonistas do projeto. Ajustes podem ocorrer no meio do caminho, porém é essencial que a proposta inicial seja definida.
- Momentos de feedback e retorno devem ser estabelecidos, para que os alunos sejam acompanhados. Assim, mudanças de rota, ajustes no funcionamento, compartilhamento de emoções e sentimentos possam ser contemplados e trabalhados de forma próxima e individual.
- O momento de apresentação e socialização dos resultados finais do projeto é essencial: compartilhar o trabalho que foi feito não só com o professor, mas com colegas e com a comunidade é de grande importância na Educação Baseada em Projetos, então esta etapa deve ser definida e valorizada.
- Ao final das apresentações, o processo como um todo deve ser avaliado, inclusive uma autoavaliação do próprio professor deve ser contemplada, para que aprendizados e melhorias possam ser levados para futuros projetos.
A Educação Baseada em Projetos pode utilizar o mundo da tecnologia?
Um ponto importante na Educação Baseada em Projetos é a sua execução. Essa prática pedagógica exige não apenas que os alunos sejam criativos, mas, também, que a equipe pedagógica entre em campo com essa mentalidade. De acordo com a etapa de ensino, com os interesses dos alunos, com o contexto da turma e da escola, o professor deverá planejar e definir as ferramentas adequadas para que a experiência seja a melhor possível para os estudantes.
Em alguns projetos podem ser realizadas saídas pedagógicas, conversas e trocas de informações com pessoas de referência nos assuntos que estão sendo pesquisados, visitas remotas a locais que possam contribuir com as questões buscadas. É isso mesmo, não há limite em como os processos de ensino-aprendizagem podem ser elaborados e realizados. Isso não é incrível?
A tecnologia e o mundo digital não podem ser deixados de fora! A Educação Baseada em Projetos pode ser muito beneficiada ao adotar ferramentas do universo tecnológico, inclusive inserindo etapas que ocorram apenas no universo digital. Assim, uma sugestão é a utilização de plataformas on-line de ensino, já que estes ambientes são seguros e desenvolvidos para atender as necessidades do universo escolar. Eles possuem diversos recursos que podem ser incorporados em todas as etapas de um projeto.
Uma plataforma educacional digital, como a Edusfera, poderá contribuir com alunos e professores de diversas maneiras. Por exemplo, os alunos podem buscar informações e conteúdos essenciais para aprofundarem questões de seus projetos, trocar informações com outros colegas, professores e profissionais, realizar testes, tudo isso a qualquer hora, de qualquer lugar, de forma dinâmica e personalizada. Para conhecer esses e outros benefícios e facilidades que a Edusfera oferece, fale com um representante, aqui.
A Educação Baseada em Projetos é uma prática dinâmica e significativa que veio para contribuir na formação de indivíduos autônomos, que estejam no centro dos processos de ensino-aprendizagem, para que possam se tornar cidadãos críticos, participativos e responsáveis: é uma prática que pensa em um futuro melhor para a sociedade como um todo.
Você já colocou essa ideia em prática? Se ainda não, que tal pensar em adotá-la?